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O que a imprença diz?
Estamos à frente de uma migração massiva que mudará mais de
1,200 milhões de usuarios da telefonia tradicional para a Voip.
Esta é a industria que irá gerar anualmente $750 Bilhões de Dólares
Voz pela internet
http://info.abril.com.br/infosmb/edicoes/002/arquivos/5675_1.shtml
Sabe aquele museu para onde foram o telégrafo, o mimeógrafo e o fax? É para lá que está indo também o telefone fixo
Por POR ROSA SPOSITO / ILUSTRAÇÕES CELLUS
No século 21, o alô vem da internet. Se você atender a esse chamado, vai se unir a quase 30 milhões de pessoas para quem telefonema já é sinônimo de VoIP. Essas quatro letras, que significam Voice over Internet Protocol, ou seja, voz pela internet, é a maior revolução no mundo das comunicações
desde a massificação da web, nos anos 90. Revolução sim, e das grandes, que coloca em risco os negócios demais de 200 bilhões de dólares da poderosíssima indústria de telecomunicações. E daí? E você com isso? Daí que essa indústria pode perder muito dinheiro com essa transformação — mas você, e sua empresa, podem ganhar. E não estamos falando apenas de uns trocados.
VoIP não representa uma dessas revoluções monumentais, como o arado, a máquina a vapor, o avião, que mudam o curso da humanidade. Mas é uma revolução tecnológica que faz toda a diferença na maneira como nos comunicamos hoje
Mas agora vem o melhor. Na segunda onda do VoIP, em que estamos agora, as ligações pela internet já começam a depender muito menos de computadores ou telefones VoIP fixos, ligados por cabo a lugares determinados. Começa-se a falar pela web por meio das redes Wi-Fi, sem fio. É o Vo-Wi-Fi, uma sigla tão estranha quanto promissora (leia o texto Anote! Vo-Wi-Fi,na pág.27).
Com voz por Wi-Fi, a conversa vai longe, com muito mais mobilidade. O próximo passo será jogar as ligações VoIP em telefones híbridos, que funcionam como celulares e como aparelhos IP. Na rua, usa-se o celular. Assim que se põe o pé num local com Wi-Fi, os chamados migram automaticamente para a internet e suas ligações ficam bem mais baratas.
Isso não é futuro: já começou a acontecer. Em setembro, a British Telecom colocou em operação o serviço Fusion, para assinantes residenciais. Usando o aparelho Motorola A910, eles falam pelas tarifas mais baratas disponíveis — usando a internet em casa, no escritório ou em hotspots públicos. A transição de uma rede para outra se faz até no meio das ligações. A France
Telecom, que já tem 500 mil assinantes de telefonia IP, seguirá os passos da BT. Por meio da marca Orange, criará um serviço de ligações unificadas na França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Espanha e Polônia, com um aparelhinho da Nokia que está dando o que falar: o 6136. Trata-se de um telefone UMA (Unlicensed Mobile Acess), apresentado ao mundo em fevereiro, em Barcelona, no congresso mundial GSM.
Economia é uma vantagem extraordinária do VoIP, mas está longe de ser a única. Acompanhe comigo o que aconteceu recentemente com o professor Moysés Simantob, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. Ele tinha uma conference call marcada com outros três professores. Dois estavam
Para viajar pela internet, a voz é transformada em pacotes de dados que trafegam pela rede até o seu destino, que pode ser um computador, um telefone fixo convencional ou IP ou um celular. A banda larga é necessária para dar agilidade à transmissão e, assim, assegurar uma ligação sem interrupções ou interferências. Além disso, protocolos específicos são usados para garantir
a prioridade dos pacotes de voz durante o tráfego na rede, de modo a evitar atrasos que possam prejudicar a qualidade da chamada.
Quanto mais larga a banda, melhor. Nas primeiras encarnações, anos atrás, as ligações pela internet eram sofríveis, com conversas entrecortadas, ecos e ruídos. Mas, com o avanço da tecnologia e o alargamento da banda, a qualidade cresceu muito. Não por acaso, a Skype registrava, em meados de fevereiro, mais de 256 milhões de downloads. Fala-se sem pagar nada com VoIP, mas fala-se também pagando.
De acordo com um estudo do Gartner, as chamadas VoIP geraram uma receita mundial de 7,9 bilhões de dólares em 2004. No ano passado, atingiram quase 9,5 bilhões de dólares e, em
A última Pesquisa INFO “As 100 Empresas Mais Ligadas do Brasil”, realizada em março de 2005, revelou que 79% das corporações que mais utilizam tecnologia no país já aderiram ao VoIP. Nas pequenas e médias empresas, no entanto, a realidade é outra. Um levantamento do Yankee Group, feito em julho do ano passado, mostrou que a penetração dessa tecnologia
ainda é baixa em companhias desses portes. Segundo a pesquisa, apenas 14% das pequenas empresas e 17% das de médio porte utilizam alguma solução de VoIP. E para que? A maioria para substituir as ligações convencionais de longa distância, nacional e internacional.
“Apesar de ser uma tecnologia fantástica, que permite oferecer uma série de novos serviços, o principal apelo do VoIP para as pequenas e médias empresas ainda é a redução de custos”, afirma Luís Minoru Shibata, diretor do YankeeGroup para a América Latina. De acordo com cálculos do instituto feitos no final do ano passado, é possível economizar, em média,
de 20%a 30% nas chamadas dentro do país usando VoIP. Em uma pesquisa com 600 empresas de pequeno e médio porte do país, realizada no final do ano, a IDC detectou uma forte disposição desse segmento em adotar o VoIP. Entre 14 soluções de TI com maior chance de investimento em 2006, essa tecnologia ficou em segundo lugar — atrás apenas de segurança. Antes, ela aparecia no quinto lugar da lista.
Dependendo do caminho seguido, VoIP pode exigir muito ou pouco investimento. Empresas pequenas podem adotar a linha do softfone, instalando programas simples nos computadores, a custo zero. Companhias maiores, que já usam tecnologias sofisticadas, tendem a procurar soluções mais complexas e com muito mais recursos. É o caso da FGV de São Paulo.
Há dois anos, a FGV trocou seus PABX tradicionais por centrais híbridas da linha HiPath, da Siemens, às quais estão ligados cerca de 600 ramais, distribuídos entre os seus cinco conjuntos de prédios. Desse total, um terço tem um telefone IP na ponta. Em setembro, a universidade começou a avaliar o OpenScape, aplicativo desenvolvido pela Siemens em parceria com a
Microsoft que permite adicionar uma série de facilidades à central HiPath. Uma delas é o roteamento das ligações, usado pelo professor Simantob. Para que esse recurso funcione, quando sai de sua sala ou do escritório, o usuário precisa informar ao OpenScape onde estará e o número do telefone, fixo ou celular, para o qual as chamadas devem ser transferidas — ou definir outro procedimento, como transformar os recados de voz para serem enviados por e-mail.
“Dá para programar regras para cada caso: por exemplo, se a ligação for do presidente da empresa, deve ser transferida para o celular”, diz Moacyr Fioravante, superintendente de TI da FGV.
Nem sempre vale a pena investir em uma nova central ou
“Enquanto o telefone IP custar dez vezes mais do que o analógico, não vai haver substituição total”, diz Lourinaldo Silva, diretor de soluções corporativas da Alcatel — que desenvolveu centrais PABX híbridas, baseadas